sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A FERTILIZAÇÃO E A EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA Prof. Quelhas dos Santos

J. Quelhas dos Santos
Prof. Cat. Jub. do I. S. Agronomia


RESUMO

Começa-se por fazer uma referência às razões pelas quais, a partir de certa altura, se terá reconhecido a necessidade de aplicarem substâncias capazes de contrariarem o abaixamento da fertilidade dos solos, indicando quais as substâncias que então seriam usadas, nomeadamente os estrumes, e a impossibilidade de elas permitirem que a agricultura pudesse ser mais do que uma simples actividade de subsistência.
Refere-se a descoberta dos adubos, a influência decisiva que eles viriam a ter na passagem da agricultura de actividade de subsistência a actividade económica; e comentam-se os receios de que este novo tipo de agricultura possa originar inconvenientes de natureza ambiental, isto é, deixar de se apresentar como uma atividade ecológica.
Analisam-se esquemas de fertilização alternativos ao uso dos adubos de síntese mineral, demonstrando-se que não é possível no presente, nem previsível no futuro, dispensar a utilização daqueles fertilizantes, sugerindo-se que, para a agricultura poder ser, em sentido lato, uma atividade sustentável, terá de conciliar, na maior extensão possível, as características inerentes às atividades de subsistência, económica e ecológica.

1.      INTRODUÇÃO

Quando procedemos á elaboração do programa do Simpósio, pareceu à Comissão organizadora que, para além dos temas concretos que irão ser tratados, poderia justificar-se a apresentação, através de uma breve síntese, da influência dos factores de produção, em particular do uso de fertilizantes, na evolução da agricultura, nomeadamente no que respeita às suas possíveis implicações na degradação de certas características associadas á apreciação da qualidade do ambiente.
Com este objetivo, procurámos fazer uma apreciação das principais fases de evolução da agricultura que, para o fim em vista, pudessem ser consideradas de maior interesse, e do contributo que, para uma tal evolução, terá sido dado pelos fertilizantes.
 Assim, consideramos ser possível, em termos de características da agricultura e do uso de fertilizantes, identificar três fases: agricultura de subsistência, associada ao uso de produtos naturais, nomeadamente estrume; agricultura económica, associada, sobretudo, á descoberta dos adubos de síntese mineral; e agricultura ecológica, caracterizada pela necessidade de, sem deixarem de se utilizar as diferentes matérias fertilizantes, se tomarem maiores precauções quanto á defesa da qualidade do ambiente.
 De notar entretanto que, sobretudo no que se refere á primeira fase, a falta de referências, ou a sua elevada falibilidade, faz que o texto seja, em grande parte, baseado em inferências.

2. USO DE ESTRUMES E AGRICULTUTA DE SUBSISTÊNCIA

Embora não se saiba bem quando, nem onde, os fertilizantes terão começado a ser usados, tudo leva a crer que a sua utilização será tão antiga como a própria agricultura, a qual, enquanto actividade identificada com o trabalho e os cuidados que se consagram à terra para a fazer produzir, terá tido o seu início onde e quando o homem, ao passar de nómada a sedentário, começou a explorar, com carácter mais intensivo, os solos das regiões em que se fixou.
Ora, com o mais frequente cultivo das terras que então terá passado a verificar-se, começaram a criar-se condições para ocorrer um abaixamento da sua fertilidade, não só em termos químicos (estes têm sido, erradamente, considerados como os únicos que caracterizam a fertilidade dos solos), mas também em termos físicos e bióticos. Em termos químicos, porque ocorreria uma rutura no ciclo dos nutrientes em virtude de grande parte dos elementos nutritivos retirados dos solos pelas culturas serem «exportados», isto é, não retornarem aos solos; em termos físicos, porque os amanhos culturais iriam contribuir, nomeadamente, para originar, ou acentuar, fenómenos de erosão e de degradação da estrutura; em termos bióticos porque, sobretudo quando se praticava a monocultura, aumentava a possibilidade de proliferarem e se propagarem doenças, pragas e plantas infestantes.
O reconhecimento de tais fenómenos terá, naturalmente, conduzido à necessidade de os contrariar; e assim terá começado a aplicação de produtos que entretanto, e por certo casualmente, se teriam revelado benéficos para manter a fertilidade dos solos, ou seja, de substâncias que hoje se incluem nos chamados fertilizantes.
Naquela época remota, tais produtos só poderiam ser, obviamente, substâncias de origem natural, das quais as primeiras (e, pode dizer-se, quase únicas durante muitos séculos) terão sido produtos resultantes dos dejectos animais e de detritos vegetais, aos quais mais tarde viria a ser dada a designação de estrumes.
Também não se sabe, nem mesmo com rigor aproximado, quando e onde se terão começado a usar os estrumes. As referências que admito serem as mais antigas aparecem associadas á mitologia grega. Efetivamente, conta-se que na Grécia antiga, mais concretamente no Peloponeso, haveria um rei (chamado Augias, rei da Elida) que teria um estábulo com 3 mil bois que não teria sido limpo durante mais de 30 anos. O mau cheiro exalado seria intenso e estender-se-ia mesmo a regiões afastadas dos estábulos, fato que terá justificado a exigência, por parte de um outro rei de territórios vizinhos, de o Augias mandar limpar o estábulo. Como, entretanto, era preciso castigar Hércules (filho bastardo do rei Zeus, que num acesso de fúria teria morto a mulher e os filhos), este foi condenado a executar doze tarefas de grande dificuldade, uma das quais seria a limpeza, num só dia, dos estábulos de Augias, a qual, mesmo assim, seria remunerada mediante a entrega de 10% do gado, ou seja 300 bois. O Hércules, que para além de uma força sobrenatural também não deveria ser destituído de alguma inteligência, acabou por se desempenhar da tarefa com bastante facilidade, tirando partido da existência, nas proximidades dos estábulos, de um rio, o rio Alfeu, cujas águas desviou de modo a passarem pelos estábulos, arrastando no seu percurso os estrumes. O rei considerou que o desempenho da tarefa tinha sido ajudado pelo rio e recusou-se a pagar o prometido. Por isso, teria havido uma guerra entre os dois e, como não podia deixar de ser, o Hércules venceu e o Augias morreu!
 Poderão, nesta altura, muitos dos presentes estar a pensar: que interesse poderá ter a referência a esta «lenda» Ora, independentemente do seu grau de rigor, para mim, considerei haver interesse em referi-la num Simpósio em que se vai falar de fertilização e ambiente. E isto por dois motivos: primeiro, porque nela é mencionado o «mau cheiro dos estrumes», facto que hoje poderá ser considerado uma forma de poluição ambiental, mais concretamente da atmosfera; segundo, porque essa fonte de poluição foi eliminada aproveitando as substâncias causadoras como fonte de nutrientes para as plantas, isto é, como aquilo a que hoje chamamos fertilizantes. Efetivamente, quando as águas que arrastaram os estrumes se depositaram nos terrenos adjacentes, ter-se-ia verificado que as plantas neles cultivadas se desenvolveram muito mais.
Aliás, e a propósito das origens da utilização dos estrumes, e agora com base em informações que, embora também muito antigas, são já consideradas mais fidedignas, vamos encontrar referências às suas virtudes, em termos de influência benéfica na fertilidade dos solos, em obras tão antigas e famosas como a Odisseia, as Geórgicas e a própria Bíblia. Essa acção benéfica exercer-se-ia, essencialmente, através da matéria orgânica ou do húmus que contêm ou originam após a incorporação nos solos. O contributo daquelas substâncias para a alimentação das plantas era considerado de tal modo decisivo para que as culturas pudessem desenvolver-se e produzir, que se chegou mesmo a acreditar que elas constituíam o único princípio nutritivo das plantas. De facto, cerca de 400 anos antes da actual Era, Aristóteles viria a formular a chamada teoria do húmus, segundo a qual esta substância constituía como que uma força sobrenatural existente nas terras, tendo o condão de, contínua e eternamente, originar plantas; e o homem, através da sua arte mais ou menos perfeita de amanhar as terras, mais não faria do que despertar essa força, a qual na forma de húmus dava vida às plantas e na forma de plantas dava vida ao homem e aos animais.
O decisivo contributo dos estrumes para a produção vegetal terá, desde há muito, incentivado o seu estudo, sendo curioso notar que, numa altura em que a análise química ainda não podia ser efectuada, foi apresentada, cerca de 300 a 400 anos antes da Era actual, uma classificação do valor nutritivo dos estrumes de algumas espécies animais, incluindo o do próprio homem, figurando o deste em primeiro lugar. Aliás, a propósito do valor fertilizante dos estrumes humanos, parece valer a pena referir, a título de curiosidade, que, ainda não há muito tempo, na Alemanha, aqueles estrumes eram vendidos aos agricultores, tendo o dos luteranos um preço mais elevado do que o dos católicos, devido ao facto de os primeiros, por não terem restrições religiosas ao consumo de carne, originavam dejectos mais ricos em azoto. Regista-se, como curiosidade, o facto de uma tal classificação, apresentada numa altura em que ainda nem sequer se saberia o que eram as análises químicas, viria a mostrar-se muito semelhante á que, muitos anos mais tarde, foi encontrada nos resultados das análises, apenas havendo uma permuta entre os estrumes humanos e os de aves.
Embora já se saiba, desde há cerca de 150 anos, que a matéria orgânica não entra directamente na alimentação das plantas, isto é, que a teoria de Aristóteles não estava correcta, ainda há quem diga que «o estrume não é santo mas faz milagres». É que, como certamente será referido neste Simpósio, a matéria orgânica, para além de desempenhar um importante papel em vários aspectos da fertilidade dos solos, pode contribuir, de forma decisiva, para a sua manutenção, e, através dela, para a criação de uma das mais importantes condições impostas pela sustentabilidade da agricultura.
Além dos estrumes, foram também usados, desde há muito, outros produtos naturais, tais como: ossos, fosfatos e sais de potássio naturais, cinzas e margas. O interesse fertilizante de tais produtos não residiria agora na matéria orgânica (já que esta, praticamente, não se encontra na sua composição), mas na presença de elementos que se viria a verificar serem indispensáveis à nutrição das plantas (como acontece com o fósforo no que se refere aos ossos, e com o fósforo e potássio no caso dos fosfatos e sais de potássio naturais), ou à possibilidade de, como acontece com as margas e também em parte com as cinzas, para além de veicularem nutriente vegetais irem contribuir para a correcção de algumas deficiências dos solos, as quais, de acordo com o que hoje se sabe, estariam associadas à excessiva acidez existente nalguns deles.
 No caso das margas, existem informações de que, já há mais de 2000 anos, na Grécia e Roma antigas, aquelas substâncias eram usadas com o objectivo de melhorar as «terras frias e húmidas». Nestas terras, as margas poderiam, de facto, exercer efeitos benéficos através da redução do teor de humidade (graças à obtenção de uma estrutura mais favorável à drenagem da água em excesso) e contribuírem para o aquecimento (sobretudo devido a criarem condições para um aumento da actividade microbiana). Deve notar-se, entretanto, que àquele efeito também se deveria adicionar a influência benéfica de nutrientes vegetais presentes na sua composição, nomeadamente o fósforo e o cálcio.
No que se refere às cinzas (que têm estado a apresentar um interesse crescente devido á utilização da biomassa vegetal para fins energéticos, na produção dos chamados biocombustíveis de 2ª geração), a acção favorável resultaria dos nutrientes vegetais que contêm, nomeadamente fósforo, potássio e cálcio; e, nos solos ácidos, também do facto de, à semelhança das margas, contribuírem para a correcção da acidez. Quanto a este último aspeto, salienta-se, a título de curiosidade, o facto de se ter verificado que, em certos casos, ocorre, após os incêndios florestais, a instalação de um coberto vegetal diferente daquele que anteriormente existia, passando a ter maior representação plantas que são mais sensíveis á acidez dos solos.
Ainda a propósito de práticas há muito usadas como meio de evitar o esgotamento das terras, não pode deixar de se fazer uma referência ao interesse que, já cerca de 400 anos antes da actual Era, se atribuía ao enterramento da cultura da fava e às lavouras de Primavera. No primeiro caso, dizia-se que as culturas produziam mais (sabe-se hoje que a fava, sendo uma leguminosa, é rica em azoto e fixa este elemento da atmosfera através de associações simbióticas com bactérias pertencentes, sobretudo, ao género Rhizobium); no segundo caso, dizia-se que tais lavouras, para além de tornarem as terras mais produtivas, contribuíam para reduzir a presença de infestantes (o enterramento das plantas através dessas lavouras levava à incorporação de matéria orgânica e, pelo facto de tal enterramento ocorrer antes de as plantas completarem o ciclo vegetativo, diminuíam os riscos de propagação e, deste modo, a possibilidade de virem a infestar as culturas seguintes).
A utilização de estrumes, mesmo quando complementada com os outros produtos naturais, nomeadamente com os atrás referidos, viria, no entanto, a revelar-se manifestamente incapaz de permitir a obtenção de alimentos vegetais suficientes para satisfazerem as necessidades das populações, mesmo quando elas ainda não eram nem muito numerosas nem muito exigentes. É que, na verdade, aquelas substâncias, pelas pequenas quantidades em que seriam utilizadas, pelo teor, normalmente baixo, de nutrientes que possuíam, e pela lentidão com que, na grande maioria dos casos (em particular naquelas épocas do ano em que as condições atmosféricas seriam mais desfavoráveis à mineralização da matéria orgânica), os cediam às plantas, não proporcionavam condições para que estas tivessem uma alimentação conveniente e, em grande parte por isso, as produções obtidas não permitiam que a agricultura fosse além de uma mera actividade de subsistência. Seria mesmo uma fraca subsistência, a avaliar pelas frequentes e graves crises de fome que atingiam as populações, as quais, entretanto, cresciam a um ritmo acelerado.
Aliás, foi mesmo com base na comparação entre os ritmos de crescimento das populações e da produção de alimentos que o economista inglês Malthus, no seu «Ensaio sobre o Princípio da População», previa, em finais do século XVIII, que, a manter-se o ritmo a que então crescia a população, esta estaria condenada, dentro de cerca de 200 anos, a ser exterminada pela fome.
Acontece porém que, felizmente, aquela profecia de Malthus não viria a cumprir-se. De facto, o período de tempo que havia sido previsto já expirou e, no entanto, a humanidade, constituída por muitas mais pessoas e com maiores exigências, continua viva e, até, com mais abundância de alimentos vegetais. Ainda existe fome no mundo? Certamente que sim. Existe fome explícita e fome oculta. No entanto, esta realidade, que é iniludível, tem muito mais a ver com a desigualdade das possibilidades de acesso de alguns povos aos alimentos existentes do que a uma falta global destes.



2. USO DE ADUBOS E AGRICULTURA ECONÓMICA

Porque não viria a cumprir-se a profecia de Malthus?
Não foi, certamente, por ter abrandado o ritmo de crescimento da população, nem porque a sua alimentação, em termos globais, tivesse piorado. Foi sim, e apenas, porque o ritmo do aumento das produções agrícolas viria a atingir níveis muito superiores aos que aquele economista havia imaginado.
Ora, uma das principais causas de uma tal evolução reside, sem dúvida, no fato de, cerca de 1840, um químico alemão, Liebig, ao descobrir o princípio da nutrição mineral das plantas, ter aberto o caminho para o aparecimento de um novo tipo de substâncias fertilizantes, que viriam a receber a designação de adubos minerais. Estes novos produtos, apresentando agora os nutrientes em formas de mais rápida absorção pelas plantas e, em particular, no que se refere aos elementos vegetais que normalmente são mais absorvidos, em quantidades muito superiores às dos estrumes e de outros produtos naturais até então usados, viriam a mostrar-se de mais cómoda aplicação e, sobretudo, de efeitos muito mais visíveis no aumento do crescimento vegetal e da quantidade das produções obtidas.
Por tal motivo, o uso dos adubos generalizou-se rapidamente, passando a constituir, em muitos países, o principal (e, muitas vezes, o único) meio de fornecer às plantas os elementos nutritivos de que elas necessitam em maiores quantidades, o que, como é óbvio, se reflecte, pelo menos a curto prazo, no aumento das produções unitárias das culturas. Este facto pode, aliás, ser facilmente comprovado, tomando como exemplo a cultura do trigo na Europa, quando se compara a evolução das produções unitárias de grão com a das quantidades de adubos, expressas em kg/ha de azoto, fósforo e potássio (N+P2O5+K2O), aplicadas. De facto, verifica-se que, enquanto em 1840, altura em que ainda não se usavam os adubos minerais, a produção unitária média de trigo naquele Continente era de 650 kg/ha, o seu valor passou para 1500 em1950, quando já se utilizavam 50 kg/ha de N+P2O5+K2O. Atualmente, estima-se que a produção unitária de trigo na Europa atinja um valor médio da ordem de 4000 kg/ha, com uma adubação média de cerca de 200 Kg/ha de N+P2O5+K2O. De notar, entretanto, que o conhecimento daqueles valores médios tem um interesse muito limitado, uma vez que neles se incluem países com acentuadas diferenças. Assim, e ainda a título de mero exemplo, menciona-se o fato de, em 2009, as produções médias de trigo na Bélgica e em Portugal terem, respetivamente, os valores de 9465Kg/ha  e 1855 Kg/ha.
O uso dos adubos minerais Em Portugal, terá começado a ter alguma expressão cerca 1980, tendo sido introduzidos no Ribatejo pelo conceituado agrónomo João Mota Prego, o qual terá sido também o introdutor, em 1888, do ensino agrícola em Santarém, mediante a criação da então chamada Escola Prática Elementar de agricultura e Frutuária de Santarém, a qual viria dar a lugar, sucessivamente, á Escola de Regentes Agrícolas se Santarém, em 1931, e á actual Escola Superior Agrária de Santarém, em 1981.
No entanto, as quantidades de adubos usados seriam muito reduzidas e a sua influência nas produções não teria ainda, nessa altura, significado apreciável, já que, precisamente naquela mesma época, Andrade Corvo (que além de agrónomo era também, pelo menos, médico e matemático) dizia no seu livro «Agricultura e Natureza», publicado em 1880, que a agricultura era uma «arte de empobrecer alegremente»!
Deve notar-se que a utilização dos adubos pela agricultura não pode ser considerada como o único fator responsável pelo aumento das produções agrícolas. De fato, entretanto, também ocorreu uma melhoria na utilização dos vários outros factores produtivos, quer sejam de natureza genética (cultivares mais produtivas - milhos híbridos - e/ou, mais resistentes à adversidade dos fatores ambientais, nomeadamente aos bióticos - milhos transgénicos), quer de natureza ambiental (maior protecção contra pragas, doenças e infestantes, mais eficientes sistemas de rega e de drenagem, etc.). No entanto, de acordo com a FAO, os adubos, por si só, explicariam mais de 60% daqueles aumentos. Quer dizer, a influência dos adubos teria sido decisiva para que muitos países se tornassem auto-suficientes, ou mesmo amplamente excedentários, em diversos produtos vegetais.
Terá assim sido possível, pelo menos naqueles países, a agricultura passar de actividade de subsistência a actividade económica.
 Ora, uma tal evolução, pelo menos nos países desenvolvidos, era indispensável para a sobrevivência da própria agricultura, uma vez que, se ela não se verificasse, haveria ainda maior tendência para se acentuar a desertificação humana dos campos. É que, entretanto, se criaram e desenvolveram outras actividades económicas (indústria, comércio e serviços) que proporcionavam alternativas, mais atraentes em termos económicos e sociais, à ocupação das populações na agricultura..

4. AGRICULTURA ECONÓMICA E PREOCUPAÇÕES ECOLÓGICAS

Quando, e onde, a agricultura adquiriu características de atividade económica (a qual, por definição, tem como objetivo a obtenção de lucro), passaram a ocorrer condições para se intensificar o uso dos fertilizantes, em particular dos adubos minerais (são, como é do conhecimento geral, os que, em particular no caso dos azotados, têm efeitos mais visíveis na vegetação). Nalguns casos, sobretudo quando se trabalha em condicionalismos agroculturais (nomeadamente estufas e pomares intensivos) que proporcionam rendimentos unitários muito elevados, ter-se-ão mesmo cometido (ou estarão ainda a cometer-se) exageros, os quais poderão ter origem no simples fato de, naquelas condições, os encargos com a fertilização terem uma reduzida representação percentual quando reportados ao custo total dos encargos e/ou ao valor global da produção.
Assim terão surgido receios, muitas vezes injustificados é certo, de que aqueles fertilizantes iriam contribuir para causar alguma agressão a certos aspetos da qualidade do ambiente, nomeadamente no que se refere a fenómenos de poluição dos solos, das águas, dos produtos vegetais e até da própria atmosfera.

Haverá razões para isso?

Suponho que outros conferencistas se irão pronunciar, mais concretamente, sobre as relações entre aqueles fenómenos e a prática da fertilização.
 Entretanto, e partindo do princípio de que, efetivamente, tais receios até possam ser justificados, eu iria aproveitar a oportunidade para fazer alguns comentários de índole geral, nomeadamente sobre o modo simplista, e muitas vezes incorreto, como algumas preocupações ecológicas são apresentadas na Comunicação Social.
Antes de mais, convém lembrar, desde já, uma realidade que, com alguma frequência, me parece nem sempre ser tomada em devida consideração quando se encaram hipotéticas alternativas ao uso dos adubos minerais. Essa realidade, aliás, será certamente bem conhecida, por experiência própria, dos empresários agrícolas aqui presentes.
Refiro-me às condições necessárias para que a agricultura possa ser uma atividade lucrativa, as quais, como é do conhecimento geral, passam pela resolução, o mais corretamente possível, dos problemas associados à produção e á gestão.
Quanto á produção, torna-se evidente que as plantas, como seres vivos que são, para produzirem necessitam de crescer e para crescerem necessitam de se alimentarem.
Sendo assim, ou o condicionalismo agroclimático em que as culturas estão ou vão ser instaladas é capaz de lhes fornecer, em quantidade e equilíbrio, os nutrientes de que necessitam para poderem manifestar o seu potencial genético de produção, ou, o que infelizmente quase sempre acontece em Portugal, verifica-se a existência de um deficit que torna indispensável o recurso ao uso de produtos a que temos vindo a dar designação de fertilizantes. Estes, atuando de forma essencialmente direta, com é o caso dos chamados adubos, ou de forma essencialmente indireta, como é o caso dos corretivos (minerais e orgânicos), vão contribuir para um aumento da fertilidade global do solo e, através dele, para uma melhor nutrição das plantas, a qual irá refletir-se num aumento das produções unitárias, e que, em igualdade de outros fatores, irá provocar um abaixamento dos custos de produção. Será, então, mais fácil obter viabilidade económica, mesmo que os produtos agrícolas sejam vendidos a preços a que poderemos chamar normais. Pelo contrário, se as produções unitárias forem baixas, a viabilidade económica da exploração, se não for subsidiada, só poderá ser garantida através de uma redução dos encargos com o uso dos fertilizantes e/ou da venda dos produtos agrícolas a preços mais elevados, aos quais, em oposição aos normais, poderemos agora chamar especiais.
Mas, haverá possibilidade de garantirmos uma adequada nutrição das plantas recorrendo exclusivamente a outros fertilizantes que não sejam adubos minerais?
Poderia pensar-se em fazer a substituição por produtos naturais, nomeadamente diversos resíduos orgânicos, que hoje em dia são produzidos em grandes quantidades.
 Ora, como certamente também aqui será referido, tais resíduos podem e devem usar-se, até porque o seu uso como fertilizantes, para além de levar á incorporação de nutrientes e, sobretudo de matéria orgânica, constitui um processo de efetuar, ou pelo menos de complementar, o seu tratamento. Mas, na quase totalidade dos casos, não substituem os adubos, pelo simples fato de que, para através deles fornecermos às culturas uma alimentação indispensável ao caráter económico das explorações (o que implica elevadas disponibilidades e baixos custos globais de utilização) teríamos de aplicar quantidades de tal modo elevadas que as agressões ambientais poderiam ser muito mais graves do que as causadas pelos adubos. Recorde-se, a título de exemplo, o facto de alguns corretivos orgânicos poderem conter apreciáveis quantidades de metais pesados e de microrganismos patogénicos, nomeadamente, salmonella e Escherichia Coli. Quanto a esta última, que recentemente causou graves problemas de saúde na Europa, talvez não seja mera casualidade o facto de, pelo menos nalguns casos, ter sido associada a produtos alimentares obtidos na impropriamente chamada agricultura biológica.
Aliás, e ainda a propósito do possível uso daqueles «novos», corretivos orgânicos, é-me grato verificar que, a avaliar pelos trabalhos que vêm sendo apresentados, o estudo do modo correto de aplicar aqueles resíduos constituí hoje, sem dúvida, um dos mais importantes desafios para quem exerce a sua atividade docente e/ou de investigação no domínio técnico/científico da fertilização/ambiente, e que, por outro lado, também constituíram a principal preocupação que eu tive durante os últimos 20 anos da minha atividade docente e de investigação.
Em resumo, o problema não poderá, nem deverá, resolver-se com a substituição dos adubos minerais pelos fertilizantes orgânicos atualmente disponíveis.
Sendo assim, levanta-se agora uma nova pergunta: será que poderíamos resolver o problema da alimentação das plantas com o regresso às antigas explorações agrícolas em que eram produzidos e usados os estrumes naturais?
Creio muito convictamente que não.
       Uma tal agricultura faz parte do passado. Não quero entrar em grandes pormenores, mas atrevo-me a dizer que das poucas coisas positivas que poderão ter ficado da célebre (ou tristemente célebre) PAC terá sido o seu decisivo contributo para, no nosso país, se reduzir, em apreciável extensão, um determinado tipo de agricultura, ou, melhor dizendo, um determinado tipo de agricultores. Este aspeto creio dever ser tomado em devida atenção numa altura em que se verifica, com algum deslumbramento, o regresso á agricultura. È preciso a agricultura nacional produza mais? Certamente que sim. Mas é necessário que produzamos mais o que, e onde, possa ser produzido em condições de competitividade. Espero não ver alguém defender, por exemplo, que, em determinadas terras atualmente abandonadas, se volte a cultivar trigo porque, antigamente, «até dariam razoáveis produções daquele cereal». Mas o que seriam produções razoáveis? Pelos dados disponíveis, as produções unitárias seriam, mais frequentemente, inferiores (por vezes, mesmo muito inferiores), a 1000kg/ha. Compare-se este valor com a produção superior a 9000Kg/ha já antes referida para a Bélgica! Porquê uma tal diferença? Não seria só, nem sequer principalmente, por que se estariam a usar menos fertilizantes, mas antes porque a cultura estaria a ser efetuada em condicionalismos edafoclimáticos muito mais desfavoráveis do que aqueles que se verificam não só na Bélgica mas também nos outros países do Centro e Norte da Europa. Ora, esses deficientes condicionalismos, apesar de teoricamente poderem ser melhorados, a sua modificação não teria, para aquela cultura, qualquer viabilidade em termos práticos e/ou económicos.
Mas, voltando á análise da possibilidade de a agricultura, a nível mundial, poder voltar a usar apenas os estrumes e alguns outros produtos naturais, é fácil concluir-se que as produções unitárias seriam, necessariamente, demasiado baixas para que ela pudesse ser uma atividade económica. Por outro lado, a produção global seria manifestamente insuficiente para satisfazer as exigências alimentares das populações, tal fato significando que a agricultura também falharia como atividade de subsistência; a menos que as áreas de cultivo fossem aumentadas em larga escala, abrangendo, muito provavelmente, a floresta e/ou a utilização de solos com acentuada fragilidade ecológica, por exemplo em termos de risco de erosão. Mas, se tal acontecesse, é fácil concluir que as consequências, sobretudo em termos de ambiente, seriam ainda mais graves. Quer dizer, uma tal agricultura também falharia como atividade ecológica.

Um segundo aspeto que eu gostaria de referir tem a ver com o modo, a meu ver leviano, com que se fala de qualidade dos produtos vegetais e das «melhorias» que pretensamente se podem obter quando não se usem determinados fatores de produção, como sejam, no caso em análise, os adubos de síntese mineral. Ora, a este propósito, eu queria aproveitar oportunidade para aqui dar conta do teor de uma entrevista a um produtor «biológico» que passou num programa de televisão transmitido em princípios do passado mês de setembro. Nesse programa, a certa altura, o entrevistador perguntou ao produtor biológico se, em face da crise existente no país, não temia que, pelo fato de os produtos biológicos serem mais caros, passasse a haver uma diminuição do seu consumo. A pergunta pareceu-me lógica, mas a resposta deixou-me, no mínimo, estupefacto. Efetivamente, o produtor respondeu que nunca haveria um aumento de encargos pelos consumidores uma vez que, como os produtos eram muito melhores, as pessoas comiam menor quantidade e, por outro lado, gastavam menos dinheiro em medicamentos.
 Os produtos eram melhores porquê? Será que tinham melhor sabor? Certamente que não, pois se assim fosse as pessoas até teriam tendência para comerem mais! Seria porque eram mais ricos em substâncias essenciais à alimentação? À luz dos conhecimentos atuais não há nada que o prove! A afirmação de que as pessoas gastariam menos em medicamentos levaria a pressupor que tais produtos teriam melhor qualidade sanitária. Ora, na realidade, um tal fato também não tem qualquer comprovação científica. Aliás, em face do que recentemente se verificou quanto á já citada mais provável origem da E. Coli, é bem capaz de, em termos sanitários, ser mais seguro usar adubos de síntese mineral do que certos corretivos orgânicos admitidos na chamada agricultura biológica!
Na realidade, o conceito de qualidade dos produtos agrícolas está ainda muito mal definido e dominado por critérios subjectivos. Recorde-se, por exemplo, que o conceito de qualidade é muito diferente quando encarado na ótica do produtor, do comerciante e dos consumidores. Para estes últimos, nos quais todos nós estamos incluídos, a qualidade acaba, muitas vezes, por nada ter a ver com o valor nutritivo dos produtos, uma vez que as preferências são fortemente influenciados pela apresentação, pela embalagem e, principalmente, pela publicidade que lhes seja feita.
De qualquer modo, não devem ignorar-se casos concretos, associados, sobretudo, às consequências de excessos de azoto (em particular na forma de nitratos), de metais pesados e de microrganismos patogénicos.
 Os excessos de azoto poderão ser muito prováveis quando, no cálculo da adubação azotada, não se tenha em conta o azoto potencialmente disponibilizado no solo durante o ciclo vegetativo da cultura (pode ser estimado, com alguma segurança, com base nas características edafoclimáticas do local), ou, em muitos casos com uma expressão muito mais acentuada, o teor daquele nutriente que é incorporado através das águas de rega. È certo que muitos dos receios quanto aos inconvenientes dos nitratos (em particular no que se refere á ocorrência do cancro do estômago) não têm ainda justificação científica e nem sequer estatística. No entanto, não só em relação a este nutriente, como em relação aos outros e, até mesmo, a todos os fatores de produção, os excessos serão sempre de evitar, já que mais não seja por conduzirem a aumento de encargos.
Quanto aos metais pesados e aos microrganismos patogénicos, em que os inconvenientes para a saúde são agora mais evidentes, a sua ocorrência, como já se disse, é muito mais provável quando se utilizem alguns resíduos orgânicos do que nos casos em que usem os adubos minerais.

Refiro, ainda, um terceiro aspeto tem a ver com o modo simplista, e muitas vezes demagógico, como são encaradas as alterações do ambiente, em particular no que se refere às alterações climáticas.
Situando-me, agora, num campo muito mais vasto do que o do uso dos fertilizantes, mas que também os inclui, eu quereria alertar para um certo fundamentalismo com que se encara o problema das reais ou potenciais alterações do ambiente. É que o ambiente, no seu complexo e vasto conjunto, estará forçosamente em mudança, pelo que deverá sempre ser encarado numa perspetiva dinâmica e não numa perspetiva estática. Esta realidade era, aliás, já conhecida quando, cerca de 500 anos a. C., um célebre filósofo, Heráclito, afirmava: «no mundo nada é constante senão a mudança»! Eu diria ainda mais: porque se trata de seres vivos, cujo comportamento não obedece integralmente às leis das ciências exatas, essa mudança nunca poderá ser absolutamente previsível. Bem podem pessoas importantes (ou supostamente importantes) ganharem dinheiro com a exibição de vídeos por esse mundo fora, ou fazerem-se grandes negócios á custa dos créditos da emissão de CO2, que as mudanças continuarão sempre a verificar-se. Aliás, a este propósito, eu recordaria aqui um artigo, publicado no Correio da manhã no dia 5 de setembro último, no qual se diz que os responsáveis das alterações climáticas são os raios cósmicos (quem o diz é um muito conceituado cientista dinamarquês e o artigo foi publicado numa revista de grande impacto científico, a Nature). Que divulgação recebeu este artigo nos nossos órgãos de Comunicação Social? Que eu saiba, apenas uma notícia, publicada numa página interior de um diário, ocupando uma mancha de 4x5 cm!
Ainda a propósito do CO2, que, com se sabe, é associado ao aumento do efeito de estufa, eu queria lembrar que os adubos minerais, e mais precisamente os azotados, ao contribuírem, de forma decisiva, para aumentarem a biomassa, também aumentam a fotossíntese e, deste modo, até contribuem para aumentar o chamado sequestro do carbono.
Portanto, o me parece muito mais correto será dizermos que podemos e devemos, com o uso dos fertilizantes e de todos os outros fatores de produção (como, por exemplo, as mobilizações, a rega e drenagem e os produtos fitofarmacêuticos), evitar contribuir para a aceleração de mudanças, mas será ilusório pensarmos que podemos evitá-las. Para isso, nesta como noutras atividades, os problemas não devem procurar resolver-se através do simplesmente fazer, mas antes com base no saber fazer.




5. NOTA FINAL

Para terminar, e porque estamos a falar de evolução, adianto uma possível resposta a uma pergunta que estará na mente de todos nós: o que será de prever, em termos de futuro, quanto à utilização dos adubos minerais?
Presumo que ainda continuará, durante vários anos, a existir uma falta de acordo entre os cientistas que trabalham nesta área e aqueles a que vulgarmente se chama ambientalistas. Nesta disputa, enquanto explorada pela Comunicação Social, a opinião dos primeiros continuará a ser subalternizada. È que, os que forem efetivamente cientistas estarão sempre reféns da dúvida (se algum dia os cientistas deixarem de ter dúvidas, todo o progresso científico ficará paralisado) e, como tal, as suas respostas não poderão, nem deverão, ser taxativas. Já a opinião dos segundos, embora quase sempre sem suporte científico e baseada em muitos fundamentalismos e alguma demagogia, é, de um modo geral, apresentada de uma forma mais capaz de suscitar o interesse dos Órgãos de Comunicação Social.
De qualquer modo, porque a humanidade vai ainda crescer em número e em exigências alimentares, consideramos irrealista admitir que a agricultura - sob pena de não cumprir as suas funções em termos de subsistência das populações, de deixar de ser uma atividade económica e, até mesmo, ecológica – poderá vir a dispensar o uso dos fertilizantes, nomeadamente dos adubos de síntese mineral. Será mesmo necessário aumentar, o seu consumo? Globalmente, cremos que sim, uma vez que extensas áreas de acentuada penúria alimentar ainda não utilizam, em muitos casos, aqueles fertilizantes.
No entanto, tudo leva a crer que o ritmo de crescimento da sua utilização não seja, necessariamente, semelhante ao do aumento das exigências de alimentos. Na realidade, é de admitir que os progressos que continuarão a ser alcançados na área da genética e melhoramento sejam suscetíveis de conduzirem ao aparecimento de espécies mais produtivas, com maiores taxas de utilização dos nutrientes naturalmente existentes nos solos ou neles introduzidos sob a forma de fertilizantes, mais resistentes à acidez ou à alcalinidade, à salinidade, às pragas e doenças, á adversidade do clima, etc. Por outro lado, como certamente aqui irá ser referido, é muito provável que, com a utilização de novos adubos e/ou melhoria das suas condições de aplicação, se consigam aumentar as taxas de utilização dos nutrientes pelas plantas; e que, de uma forma que espero possa ser cada vez mais segura, também sejam usadas quantidades crescentes de vários resíduos que, pela matéria orgânica e/ ou nutrientes que contêm, tenham interesse fertilizante.
 Em resumo, eu diria que, á luz do conhecimento atual, a agricultura, para poder ter características de atividade globalmente sustentável, não pode dispensar o uso dos adubos minerais. Correr-se-ão riscos com um tal procedimento? Possivelmente sim, mas não só em relação a este como a todos os outros fatores de produção. No entanto, perante a dúvida sobre se deveremos atuar de acordo com o princípio da precaução máxima ou seguir, comodamente, o princípio do risco zero, eu não tenho qualquer dúvida em recomendar o primeiro, já que o segundo, por ser paralisante, é incompatível com os sempre esperados avanços da Ciência.
Temos de ter audácia e, já agora, acreditar que o célebre escritor Virgílio tinha razão quando escreveu, na sua igualmente célebre obra, a Eneida, que «a sorte tende a proteger os audazes».

Continuarão a existir dúvidas? Certamente que sim; e direi que ainda bem que assim é, já que alguém escreveu, e eu subscrevo convictamente, que a dúvida será sempre a alavanca do progresso.
       Aquela frase é também apresentada, com o mesmo sentido, a propósito da atitude de humildade que sempre devemos ter em relação ao nosso nível de conhecimentos. Daí que eu me permita fazer uma adaptação que reúna as duas ideias, dizendo que «a dúvida e a humildade serão sempre a alavanca do progresso da humanidade».

























1 comentário:

  1. Prof. Quelha dos Santos:
    Dezembro 1, 2011,

    Colega Margarida:
    Para os fins que tiver por convenientes, tomo a liberdade de lhe enviar o último texto que apresentei publicamente sobre um tema que, creio eu, necessita ser esclarecido. Chamo a atenção para a última frase, não porque tenha sido pronunciada por mim, mas porque reflete o modo como, pelo menos no domínio da Ciência, sempre encarei a vida.
    Um abraço, extensivo ao Zé Máximo e colegas do blog, do Quelhas dos Santos.
    PS Tentei, há uns tempos, consultar o vosso blog mas não consegui. Provavelmente só está acessível a pessoas com idade inferior a 80 anos!

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