Casa do Ribatejo 65

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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

João Amaral Franco, professor do ISA (1921-2009)


Prof. João Manuel António Pais do Amaral Franco, professor do ISA (1921-2009), patriarca da botânica portuguesa, autor da sua última flora, tendo representado ao longo da sua vida como botânico uma linha de mais de um século de insignes botânicos do Instituto Superior de Agronomia e da Botânica portuguesa.Foi professor de Botânica de várias gerações de engenheiros agrónomos e silvicultores tendo sido responsável pelas disciplinas de botânica no Instituto Superior de Agronomia de 1950 até à sua jubilação em 1991. O seu curriculum inclui mais de 150 publicações sendo o exemplo do trabalho profícuo de um taxónomo e sistemata.

Fotos Legendadas Jardim Botânico

O Jardim Botânico da Ajuda-JBA pertence ao ISA desde 1918 e  está integrado como infra-estrutura de ensino e investigação. Foi fundado em 1768, tendo sido projetado por um botânico italiano, Domingos Vandelli, vindo de Pádua e chamado pelo rei D. José para ensinar os seus príncipes. Apesar de Lisboa ter sido lugar de muitos hortos que albergaram as coleções de plantas vindas de África, Ásia e América, o JBA é o primeiro Jardim Botânico de Portugal desenhado com o fim de manter, estudar e coleccionar o máximo de espécies do mundo vegetal. Chegou a ter 5000 espécies dispostas segundo o sistema sexual proposto por Lineu, mestre de Vandelli.Na sua área envolvente encontra-se o Palácio da Ajuda, o Jardim-Museu Agrícola Tropical, o Mosteiro do Jerónimos, o Centro Cultural de Belém e a Torre de Belém.



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Meristemas por Venâncio Machado

Meristemas
Lembro-me da minha primeira aula de Botânica e .. Fisiologia Vegetal? (quase todas as nossas disciplinas eram duas: Mesologia e Meteorologia Agrícolas, Topografia e Elementos de Geodesia, Química Geral e Analises, etc.). Como fui dos primeiros a entrar pude escolher uma das carteiras mais afastadas, no canto extremo da sala. A espera que o Prof. João de Carvalho e Vasconcellos iniciasse a sua aula. Ele era o primeiro a chegar e disseram-me que um dia, farto de ser interrompido por cada retardatário que ia entrando, exclamou decidido “a partir de hoje, depois de entrar o último aluno, já não entra mais ninguém”.

Como se lembram, O Prof. Vasconcellos, mais conhecido entre a malta por Prof. Joãozinho, mantinha sempre aquele timbre monocórdico, parco em decibéis, tanto é que as suas ondulações sonoras mal chegavam à última fila da bancada, onde me encontrava. E certamente aquela ordem do Joãozinho, alto e bom som, deve ter soado à berraria aos que se preparavam para a sonolência. As aulas de Botânica, infelizmente, coincidiam com a hora da sesta, depois do almoço e um copo de vinho. E ainda para mais, quando os temas nada tinham de atractivo: a taxionomia botânica e a chave dicotómica, o complicadíssimo ciclo de Krebs e as diferenças entre os meristemas primários e secundários, que depois eram matéria das aulas práticas, com microscópio, ao cuidado do Prof. Miguel Pereira Coutinho. Tínhamos de saber se as células eram primárias ou secundárias. Se não me falha a memória, a diferença residia no cumprimento das células, mais alongadas nos meristemas secundários, e na existência de vacúolos, que não se vêem nas células dos meristemas primários.

Talvez para combater a sua sonolência, um aluno mais antigo, tinha escrito sobre a tampa da carteira, à tinta azul sobre partes raspadas na madeira escura, o seguinte verso de que me lembro bem, tantas vezes sentei na mesma cadeira:

            Sentado aqui neste cantinho
            Ouvi uma aula do Joãozinho.

            Na vida de um meristema,
            Por mais primário que o tomem,
            Há sempre uma célula marota
            Que escapa ao olho do homem.

  Venâncio Machado 15 de Agosto de 2011

domingo, 14 de agosto de 2011

Recordar.. Eu,Maria José Granate da Silva Marques,no Coral da Universidade Federal de Lavras

Colegas e Amigos,

Muitos de nós, dos que andaram no ISA nos idos 61-67, demos um jeito de "dar novos mundos ao mundo". Sério!

Aí vai o testemunho da Maria José Granate da Silva Marques, que agora integra o Coral da Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais Brasil

Como sabem ela e o António Sá e Melo Marques estão muito felizes em Minas Gerais, Brasil.  Parabéns para eles, por terem sabido vencer a sua luta em novas terras e por nos darem sempre notícias. Estamos longe...estamos perto! Enquanto alguns estão perto mas longe!

Um abraço, Margarida Silva

8/13/11, Maria da Silva Marques :
Assunto: eu no Coral da UFLA
August 13, 2011, 8:00 PM

Estou na primeira fila, na extrema direita da tela, de blusa amarela e cabelos grisalhos curtos.
É muito agradável cantar, quem canta seus males espanta...
Abraços da 
Maria José







segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Alguns episódios "da malta" para o crescimento no presente, em direção ao futuro nos tempos de jubileu....

Quem não vive as próprias raízes não tem sentido de vida. O futuro nasce do passado, que não deve ser cultuado como mera recordação e sim ser usado para o crescimento no presente, em direção ao futuro nos tempos de jubileu....

Estou certa que ao resgatarmos as memórias que partilhámos nos idos da decada de 60 , vamos ter muito que contar!

Como muito bem lembrou o José Venâncio Menino Jesus Machado, conto-vos que realmente uma vez numa roda de colegas que conversavam com o Prof Garcia, eu de fato sai-me com o nome Pipetas, que logo tentei disfarçar e corrigir....Não sei se consegui!!!Mas ri-me para dentro.

E aquela vez que estávamos numa aula prática com o mesmo Professor Garcia, que este afirmou, quase gritando, para uns colegas que não sabiam os trabalhos da aula, "que eles nem para cavar serviam"! Alguém se lembra deste "acontecimento"? Mas podem acrescentar ou contar outra versão. Quem conta um conto, acrescenta um ponto!

E do próprio Prof. Garcia temos muito que lembrar. Uma vez, apareceu na aula de Microbiologia o colega Gião, que há muitos anos repetia a matéria de microbiologia . E diz-lhe o Pipetas: -Oh sr. Gião,
quando estiver ali no microscópio , os virus vão dizer lhe: O  quê,  você aqui de novo?!

Por hoje fico-me por aqui, porque isto de lembrar é como começar a  comer tremoços, nunca mais paramos! Amanhã há mais.

Um forte abraço para todos os que nos acompanham neste início de jubileu,


Margarida

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Os episódios anedóticos por José Constantino Sequeira


   
Além das fotografias, também os episódios caricatos ou cómicos, ocorridos com colegas nossos e com professores, nos fazem reviver com saudade os tempos passados no Instituto de Agronomia.





Seria bom que os colegas que tenham na memória alguns desses episódios os escrevam e coloquem no blogue.
Dos que me ocorrem,  vou relatar 3 que, provavelmente, muitos de vós também conhecem.

AS “LARANJINHAS”
Começo pelo que me parece ter mais piada. Foi-me contado por um colega nosso e só tenho pena de o não ter presenciado  “ao vivo”.
Passou-se com um aluno militar que foi fazer o exame de Topografia com o Professor  Barreto. Uma vez que  o serviço militar obrigatório ocasionava  um atraso nas nossas carreiras, o Governo criou o estatuto de aluno militar para compensar este atraso, permitindo  que um aluno a cumprir o serviço militar obrigatório pudesse requerer  os  exames  que desejasse, mesmo sem frequentar as aulas.
Antes de requerer o exame e como não tinha frequentado as aulas de topografia, esse aluno, prevendo já complicações,  foi informar-se sobre o tipo de exames que o Prof. Barreto fazia e, principalmente, quais as perguntas que utilizava para “chumbar” os alunos. Foi-lhe dito que a pergunta habitual para “chumbar” um aluno era a das “laranjinhas”. Tratava-se, como muitos devem recordar, de uma complicada demonstração em que se começava por desenhar duas circunferências e depois muitas linhas, ângulos e pontos referenciados com letras. Essas circunferências representavam duas situações que eram sucessivamente analisadas durante a demonstração, com o objectivo de  demonstrar que era possível corrigir o erro de colimação de um teodolito.
Com base nas informações que obteve, esse nosso colega, além de estudar bem a matéria, estudou minuciosamente e repetidas vezes essa demonstração, a ponto de a saber de cor na totalidade. Ao sentar-se para fazer o exame, o Prof. Barreto olhou-o fixamente e perguntou-lhe se era aluno de Topografia pois não tinha o prazer de o ter visto nas aulas. O nosso colega disse que era aluno militar e podia requerer o exame mesmo sem frequentar as aulas. Aí o Prof. Barreto perguntou-lhe se achava possível saber a matéria de uma cadeira como a Topografia sem ter posto os pés numa aula. Obteve a seguinte resposta:
- Sr. Professor, eu gosto muito de Topografia e estudei muito bem a matéria. Li até alguns livros sobre os principais assuntos desta disciplina e penso que fiquei a saber tanto como se tivesse frequentado as aulas que só não frequentei por total impossibilidade.
O Prof. Barreto disse secamente:
- Vamos então ver o que é que sabe. Em primeiro lugar vai-me demonstrar como pode ser corrigido o erro de colimação de um teodolito.
Era a pergunta que ele já esperava, a das famosas “laranjinhas” e, quando  começou a demonstração desenhando com rapidez duas circunferências no quadro, o Prof. Barreto deu um berro dizendo:
- Páre imediatamente! Como é que o senhor quer obter resultados rigorosos se nem se dignou utilizar um compasso para desenhar as circunferências?
O aluno olhou para o Prof. Barreto e pensou: “Se não der uma resposta convincente vou já para a rua com um “chumbo”. Então, ao fim de alguns segundos, apontou o dedo indicador para o Prof. Barreto e, com um ar doutoral disse:
-Tirar conclusões exactas de figuras imperfeitas é de grande mérito. DESCARTES!
O Prof. Barreto ficou sem saber o que fazer. Olhava alternadamente para o aluno e para o outro membro do Juri que fitava o aluno com ar de admiração e, passado algum tempo, disse:
-Ande lá, continue.
No fim do exame, o nosso colega foi ver o livro dos resultados com enorme expectativa.
Teve uma enorme sensação de alívio quando viu a nota. Tinha "arrancado" 14 valores!

A VACARIA
Este caso passou-se com um colega criado na zona citadina de Lisboa e que nada sabia sobre as lides agrícolas. Apesar disso, resolveu matricular-se em Agronomia.
No início do 2º semestre começava a disciplina de Zoologia Agrícola e, quando pelas 10 horas da manhã chegou ao ISA, alguns colegas do 2º ano disseram-lhe que ele já estava atrasado para a aula de “burros”. Ele perguntou que aula era aquela e então disseram-lhe que era a primeira aula da disciplina de Zoologia Agrícola e que o Prof.  Pais de Azevedo tinha decidido dar a aula na vacaria.
-Vacaria? Onde é isso? Perguntou com ar de espanto.
Os colegas admiraram-se com a ignorância daquele aluno que há seis meses frequentava aulas no ISA e disseram-lhe:
- Não sabes onde é a vacaria? É lá em cima!
Sem esperar por mais explicações, o aluno subiu ao 1º andar e depois de algumas voltas, empurrou abruptamente a grande porta  da biblioteca e perguntou aos presentes:
- É aqui a vacaria, não é?

O PROFESSOR MALHADO
Mais um episódio anedótico ligado à  disciplina de Zoologia Agrícola.
Nesse ano, era o Prof. Soares  Costa que leccionava. Como tinha um problema de pele (vitílico), os alunos conheciam-no, como muitos se recordarão, por Prof. Malhado ou Malhadinho.
Um  aluno chegou  atrasado à 1ª aula e, depois de lhe explicarem que se tratava da disciplina semestral de Zoologia Agrícola, indicaram-lhe qual a sala para onde devia ir. O aluno perguntou  quem era o Professor e recebeu a seguinte resposta:
-É o Malhado.
Quando entrou na sala, pediu desculpa pelo atraso e sentou-se numa das filas da frente. Seguiu a aula com toda a atenção e como, em dada altura, lhe tivesse surgido uma dúvida, dirigiu-se ao Prof. Soares Costa nestes termos:
-Gostava que me esclarecesse uma dúvida, Sr. Professor Malhado.
O Professor corrigiu dizendo:
-Costa!
A aluno então disse:
-Pois, pois,  Malhado Costa!


De episódios semelhantes a estes, muitos de vós se recordam certamente e poderão relatar no nosso blogue. Ficamos a aguardar.

Um cordial abraço.

José Constantino Sequeira

Foto Legendada Vista Aérea da Tapada da Ajuda por ocasião da Exposição-Feira da Máquina Agrícola na "Terra Grande" em 1953

Foto Legendada   Vista Aérea da Tapada da Ajuda por ocasião da Exposição-Feira da Máquina Agrícola na "Terra Grande" em 1953

Instituto Superior de Agronomia condecorado com o título da Ordem de Instrução Pública

Instituto Superior de Agronomia condecorado com o título da Ordem de Instrução Pública

O Presidente da República Grão-Mestre das Ordens Portuguesas confere ao Instituto Superior de Agronomia o título de Membro Honorário da Ordem de Instrução Pública em 17 de janeiro de 1987

Nos termos do Regulamento da mesma Ordem são-lhe concedidas as honras e  o direito ao uso das insignías que lhe correspondem.
 
A Ordem da Instrução Pública destina-se a galardoar altos serviços prestados à causa da educação e do ensino.
 
Fonte: O Instituto Superior de Agronomia na Segunda Metade do Século XX Lisboa 2007  Isa Press 
 

Na turma dos idos 61, alguns foram para outras latitudes....

Na turma dos idos 61, alguns foram para  outras latitudes....
Entre os que foram para os trópicos estão a Teresa de Fátima Cardoso Curado e o Nuno Maria de Sousa Costa, que passaram por Angola e Brasil. Por isso encontramos referências bibliográficas da autoria destes. No Informe Agropecuário  da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais -EPAMIG são citados vários trabalhos de sua autoria - 
http://www.epamig.br/index.php?option=com_content&task=view&id=997&Itemid=220.
 Destacamos este:
CURADO, Teresa de Fátima Cardoso; COSTA, Nuno Maria de Sousa. Gramíneas para pastagens cultivadas em Minas Gerais. Informe Agropecuário. Pastagens melhoradas, Belo Horizonte, v. 6, n. 71, p. 6-13, nov. 1980.
Nossos antepassados «deram novos mundos ao mundo», «em perigos e guerras esforçados mais do que prometia a força humana».Mas nos últimos 50 anos muitos de nós repetiram o gesto, dando novos mundos ao mundo.Esforçados!


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Recordar é viver- no serviço militar na Marinha

Mais uma fotografia de um colega, o José Manuel da Costa Bual, que cumpriu o serviço militar na Marinha , integrando o 14º  Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval-CFORN, alistado em 30 de Janeiro de 1969 e que incorporou 45 cadetes distribuídos por duas únicas classes: 26 cadetes na classe de Marinha e 19 cadetes na classe de Fuzileiros.

A Reserva Naval valorizou a Marinha, mas a inversa também é verdadeira. Os jovens de formação universitária também se valorizaram através da sua integração temporária na Marinha e dos conhecimentos que adquiriram sobre a organização e a cultura da corporação e, hoje, nas suas actividades e nas suas vidas, mantêm com orgulho essa marca marinheira.[Anuário da Reserva Naval]
  
Aos poucos, vamos procurando imagens que nos recordem os tempos passados e que seja interessante colocar no blogue.

Um colega escritor...parabéns

Um colega escritor ...parabéns José Agnelo Venâncio Machado


Um goano "adrinka": ensaios

Autor: Machado, José Venâncio

Edição: 1 ª Edição

Publicação:
[S.l. : s.n.], 2008 ( [S.l.] : Multitipo - Artes Gráficas )


Descrição Física: 260 p., [8] p. estampas : il.

ISBN: 978-989-20-1037-3

Fonte: rede Municipal de Bibliotecas de Lisboa
http://catalogolx.cm-lisboa.pt/ipac20/ipac.jsp?session=13T23038J925K.50153&profile=cmlht&uri=link=3100018~!422705~!3100024~!3100022&aspect=basic_search&menu=search&ri=7&source=~!rbml&term=Machado%2C+Jos%C3%A9++Ven%C3%A2ncio&index=AUTHOR#focus

Recordar é viver Na Marinha....

Também passeando pela Net , encontrei, no espaço da Reserva Naval, a imagem do José Máximo Simões de Brito e Castro. Muitos colegas contemporâneos  fizeram o serviço militar na Marinha . Vamos mais adiante recordar os nomes dos que frequentaram os vários cursos da Marinha.
Como curiosidade registo que o Brito e Castro fez o 4 º curso Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval da Marinha, tendo  integrado a primeira companhia de fuzileiros.Antes da realização do curso, procedeu-se à construção e disposição no terreno dos obstáculos e pistas de treino nas instalações do Corpo de Marinheiros da Armada, efetuados pelos próprios instruendos e sob supervisão dos 4 instrutores que lhes ministraram o curso e anteriormente frequentaram o curso de especialização "Royal Marines Commandos" no Reino Unido.
          Em 10 de Novembro de 1961, após concluirem a instrução e formação em Portugal, partem para Angola a  Companhia de Fuzileiros Navais n.º 1,  a bordo de um avião Douglas DC6 da FAP, iniciando a comissão de serviço no Norte de Angola.

Enfim, este também foi um tempo da juventude em que fizeram grandes amizades e com histórias para contar....aqui neste espaço! 

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O serviço militar

Um dos "acidentes" do nosso percurso era o serviço militar obrigatório.
Acidentalmente descobri na NET fotografias de dois colegas fardados a rigor e que fizeram o serviço militar na Marinha: o Fernando Brito Soares e o Francisco Barreto Caldeira. Este último, infelizmente, já só o temos na nossa memória.
Aqui ficam mais estas duas fotografias.

Saudações para todos.


José Constantino Sequeira