Casa do Ribatejo 65

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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Prof. Joaquim Pais de Azevedo

       


Originário de uma família ribatejana muito ligada à terra, cedo se
interessou pelos problemas da agricultura, em particular pela pecuária, à
qual, uma vez concluído o Curso de Engenheiro Agrónomo no Instituto
Superior de Agronomia, viria a dedicar toda a sua carreira profissional.

Em 1939 entrou para a Estação Agronómica Nacional onde desenvolveu
intensa actividade de investigação no Departamento de Genética, tendo
também trabalhado na mesma áea, durante certo tempo, na Estação de
Melhoramento de Plantas em Elvas.
Em 1951 ingressou, mediante concurso para Professor Extraordinário
do 8.º Grupo de disciplinas (Zoologia Agrícola, Zootecnia Geral e Especial),
no Instituto Superior de Agronomia, tendo ascendido, também por
concurso, a Professor Catedrático em 1958, onde se manteve até atingir o
limite de idade.
Convicto de que as raças eram o produto do meio em que se desenvolviam,
em particular da alimentação de que dispunham, daí resultando
diferentes necessidades nutricionais, realizou importantes trabalhos no sentido
de melhorar os sistemas alimentares dos animais em Portugal, tendo
fundado, em 1957, o Laboratório de Estudos de Nutrição Animal, do qual
foi Director até 1975.
Foi um grande impulsionador das culturas pratenses e forrageiras, as
quais sempre considerou fundamentais para o progresso da pecuária de
ruminantes e da agricultura nacional, tendo dedicado uma boa parte dos
seus esforços à promoção e desenvolvimento destas culturas, sempre apoiado
por vários trabalhos de investigação aplicada que, com tanta dedicação
e entusiasmo, concebia e acompanhava.
Como Professor, as suas aulas tinham sempre grande brilho, despertando
nos seus alunos elevado interesse pelas matérias que ensinava, nas
quais incluía frequentemente aspectos de aplicação prática, no sentido de
melhorar a situação do agricultor português. Além disso, soube criar, junto
dos seus alunos, um sentimento de colaboração leal e aberto, que muito se
veio a reflectir na formação de verdadeiros colaboradores seus, que em
vários pontos do País deram notável contributo para o desenvolvimento das
culturas forrageiras e pratenses e da pecuária nacional. Por outro lado, o
seu grande poder de comunicação e trato afável grangearam-lhe o respeito
e a admiração de muitos agricultores portugueses, junto dos quais foi um
verdadeiro divulgador.

Fonte:http://www.sppf.pt/rubricas/PF_16.pdf

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