Casa do Ribatejo 65

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

História do povoamento vegetal da Terra até ao aparecimento do Homem

Enfase às Florestas, imprescindíveis, na actualidade

Por:  Ernesto Rafael (Eng. Agrónomo)                                                
                                                 Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
                                                                Muda-se o ser, muda-se a confiança;
                                                                Todo o Mundo é composto de mudança,
                                                                Tomando sempre novas qualidades.
                                                                Luís de Camões, líricas, soneto 17

Calcula-se que a primeira vegetação evidente na Terra, constituída por musgos e Rináceas, foi na Escócia, no período Silúrico da era Paleozóica *, ou seja, mais de 6 mil milhões de anos após a formação do Planeta. Contudo, o início da vida estima-se ter sido no Pré-Câmbrico, da Era Criptozóica, com o aparecimento, entre outros, das bactérias e algas, na Suazilândia e Austrália Ocidental, há cerca de 4mil milhões de anos. Foi já no período Silúrico que as plantas e animais passaram da água à terra firme. No final deste período supõe-se terem surgido as Hepáticas e, depois nos 100 milhões de anos seguintes, as Briófitas, no período Devónico. Começou então a batalha entre as plantas e os animais, quando já existiam as Equisetáceas (cavalinha), as Licopodiáceas, plantas escamosas que chegaram a atingir 18m de altura e os Fetos, alguns arbóreos. A Terra começava a vestir-se de verde o que se intensificou nos 65 milhões de anos seguintes, já no Período Carbónico; surgiram as coníferas (gimnospérmicas), com início no Devónico Superior. As plantas vasculares começaram a estender as suas raízes para além dos pântanos e margens dos rios; são as primeiras árvores de caules lenhosos suficientemente fortes para suportar copas bem acima do solo, no Período Triássico, ao mesmo tempo que os dinossáurios que vieram a extinguir-se, 200 milhões de anos mais tarde, já no fim do período Cretácico e início da Era Cenozóica. Os mamíferos vindos também do Triássico, iniciaram o consumo das plantas de flor, que apareceram já no Jurássico, incrementando-se no Cretácico, até aos nossos dias (Período quaternário), nos últimos 150 a 200 milhões de anos. As Ervas emergiram no Oligoceno, ou seja nos últimos 35 milhões de anos.
As primeiras Florestas ajudaram a oxigenar a atmosfera global e, os seus restos fósseis formaram depósitos d carvão e de petróleo que, agora, por continuarem a ser queimadas, inquinam a atmosfera. A estimativa de existência de espécies fósseis varia de 300mil a 500mil, durante os 3500milhões de ano de vida, na Terra. Calcula-se que existem actualmente 10milhóes de espécies vivas (animais e vegetais). A vida média de uma espécie situa-se entre 1 e 10 milhões de anos (muito menos nas aves e mamíferos). É o resultado da evolução da Terra atravessada de vez em quando por Ca-
  
·         As Eras da Terra são: Paleozóico ou Primário, com os Períodos Câmbrico, Ordovício, Silúrico, Devónico, Carbónico e Pérmico; Mesozóico ou Secundário, com os Períodos Triássico, Jurássico e, Cretácico; Terciário com os períodos Paleocénico, Eocénico, Oligocénico, Miocénico e Pliocénico e o Quaternário (Sub-Períodos Pleistocénico e Holocénico). Considera-se ainda o Pré-câmbrico da Era Criptozóica, com a duração de 570milhões de anos.
 tástrofes naturais. Julga-se que o número de espécies que já existiram oscila entre 50 e 4mil milhões. Assim que as plantas passaram da água para a Terra, há mais de 400milhões de anos e, depois apareceram as árvores e florestas de hoje, além da vida animal e outros vegetais que sustentam ou albergam são o resultado mais notável do longo processo de mudança e desenvolvimento, regulado por condições locais, alterações climáticas e catástrofes naturais. A árvore, suposta inicial da Terra, o Lepidodrendon, de natureza escamosa, acabou por perder na luta pela sobrevivência, restando alguns parentes, entre os quais o Licopodium, trepadeiras de comprimento bem mais curto. Os fetos arbóreos concorreram com o Lepidodrendon, depois de terem evoluído de um modo de vida ainda rente ao chão, nas terras húmidas. Nas zonas mais secas surgiu, então, o pinheiro do Arizona (Pinus edulis), uma conífera que crescendo pouco foi o início de novas mudanças, outras coníferas que se seguiram e, depois, as árvores de folha larga (folhosas) mais espectaculares na sua diversidade que, em vez de pinhas, produziram frutos provenientes de flores mais variadas; distinguiram-se os carvalhos e os choupos, no princípio e já no tempo dos primeiros hominídeos. Entre as árvores mais longevas distinguiram-se as sequóias que vivem frequentemente 800 e mesmo 2mil anos e atingem 120 metros de altura. Outro exemplo é o das oliveiras que tivemos ocasião de ver em Israel, exemplares milenares, talvez até com 2mil anos.
Hoje, luta o Homem pela preservação das florestas que aliás ajudou a destruir em cerca de 1/3, nos últimos 10mil anos. A florestação e a manutenção deste tipo de vegetação são muito importantes, não só por razões económicas como a exploração de madeiras, de pasta para papel e biomassa mas também:
- Contribuir para preservação da diversidade biológica e dos recursos naturais do território, não só pelas florestas em si mesmas como outras formas de vida que estas albergam, valorizando-as económica e socialmente;
- Proteger as espécies ameaçadas de extinção;
- Contribuir para a preservação e restauração da diversidade dos ecossistemas naturais;
-Promover o desenvolvimento sustentável, a partir dos recursos naturais;
- Promover práticas, na conservação da natureza e no processo de desenvolvimento;
- Proteger paisagens naturais e pouco alteradas, de notável beleza;
-Proteger características natureza geológica, geomorfológica, espeológica, paleontologia e cultural;
- Proteger e recuperar recursos hídricos ou edáficos;
- Melhorar a qualidade do ar e consequente qualidade de vida das populações;
- Proporcionar meios e incentivos para a pesquisa científica, estudos e monitorização ambiental;
- Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contacto com a natureza e o turismo ecológico;
-Promovera a utilização económica dos recursos naturais necessários à subsistência, respeitando e valorizando o seu conhecimento, a cultura e uso social.



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