Casa do Ribatejo 65

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Trilogia de Natal José A Ribeiro

CONSOADA

Uma orvalhada no musgo que respira
uma frescura de Natal que nos consola,
uma memória quente da geada
à beira estrada que a nossa ansiedade desenrola,
eram cristais
reluzindo à luz de estrelas conhecidas
a piscar-nos lá de cima
naquela atmosfera límpida, espelhada...
eram sinais
de que estava próximo o regresso,
a revisita,
a consoada,
a ternura do borralho e da carícia.

NATAL - NEÓN

A estrelinha de Belém se bem notada
ilumina a humanidade noutra luz,
numa luz bem mais suave e delicada
do que esta do neón que nos seduz

É uma estrela de justiça, amor e paz
de que o mundo perturbado anda carente,
é uma onda de energia, bem capaz
de trazer muita alegria a toda a gente

E aonde é que ela está, onde é que mora
essa estrelinha a vibrar de ansiedade,
será uma das que espreitam além na aurora?

Ou estará no nosso peito, e na verdade
essa estrela de Natal já se demora
a brilhar no coração da humanidade!


NATAL MENINO

Afinal, neste Natal, ainda sou o teu menino
minha Mãe, o teu menino,
numa Belém que ainda vislumbro no Além
ao pé daquela estrela, aquela ali,
a alumiar uma celeste caravana,
a mesma do presépio que já vi!
Olha, Mãe, são os tais Reis,
os mesmos que há dois mil anos nos visitam
com as prendas da mais fina pedraria,
da mais rara perfeição...
mas a prenda que mais cobiço, a que eu mais queria,
é a tua companhia,
é vencer a solidão,
é ter para todo o sempre, vida fora,
o teu afago, o teu regaço, o teu carinho,
eterna Mãe,
que no Natal hei-de ser sempre o teu menino.

  José Alves Ribeiro, Dezembro de 2011

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