João Lourenço
Por ter iniciado a minha vida profissional ligado à cafeicultura e cacauicultura em Angola, no primeiro lustro dos anos setenta e ter, mais tarde, no início dos anos noventa passado mais cinco anos, em S. Tomé,ligado àquelas duas culturas, como “não há amor como o primeiro” difícil se torna não sentir um chamamento para falar delas. Assim, dispus-me a escrever, ainda que de modo ligeiro, algo sobre café.
Por ter iniciado a minha vida profissional ligado à cafeicultura e cacauicultura em Angola, no primeiro lustro dos anos setenta e ter, mais tarde, no início dos anos noventa passado mais cinco anos, em S. Tomé,ligado àquelas duas culturas, como “não há amor como o primeiro” difícil se torna não sentir um chamamento para falar delas. Assim, dispus-me a escrever, ainda que de modo ligeiro, algo sobre café.
Segundo uma lenda sobre as origens do café, no século III d. C., um pastor de cabras, chamado Kaldi, que vivia na Etiópia, certa noite ficou preocupado quando suas as cabras não retornaram ao redil. Quando saiu à sua procura, encontrou-as saltitando próximo de um arbusto cujos frutos estavam mastigando e que, obviamente, foi o que lhes deu uma estranha energia que Kaldi nunca vira antes. Dizem que ele mesmo experimentou os frutos e descobriu que eles o enchiam de energia, tal como acontecera com o seu rebanho.
Kaldi levou essa maravilhosa "dádiva divina" ao mosteiro local, mas não teve bom acolhimento e, por isso, ele ateou fogo aos frutos, dizendo serem "obra do demónio". O aroma exalado pelos frutos torrados nas chamas, atraiu todos os monges para descobrir o que causava aquele maravilhoso perfume.
Os grãos de café foram separados das cinzas e recolhidos. O chefe dos abades mudou de ideias e sugeriu que os grãos fossem esmagados na água para ver que tipo de infusão resultava. Os monges bebendo a infusão logo descobriram que se mantinham acordados durante as rezas e períodos de meditação. Notícias dos maravilhosos poderes da bebida espalharam-se de um mosteiro a outro, propalando-se assim pelas diferentes regiões conhecidas. Esta é a lenda sobre como se iniciou o aproveitamento dos grãos de café como bebida, embora a sua disseminação pelo mundo fora se reporte ao século XVI.
Entre as pessoas que, diariamente, tomam a sua “bica” é comum ouvir-se “discutir” os efeitos da cafeína, quando ingerem uma bica “curta,”uma bica “normal” ou uma bica “cheia”. Defende a maior parte das pessoas que a bica “curta”, tendo o café mais concentrado, é mais forte e por isso sentem mais os efeitos da cafeína. Esclarece-se que a bica “curta” (*/-) 25cc) tem cerca de 87,0 mg de cafeína, a bica “normal” (+/- 35cc) cerca de 95,0mg e a bica “cheia” (+/- 45cc) cerca de 98 mg.
Hoje em dia, o hábito de beber café está espalhado por todo o mundo e tende a aumentar. Quem se lembrar da percentagem de pessoas que bebiam café em Portugal, há quarenta ou cinquenta anos e observar o que se passa hoje, notará a grande diferença. Daí a esperança dos países produtores de café em introduzir o hábito da bebida deste produto na China.
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