Cais do Sodré
São comboios, são fragatas,
cacilheiros e vapores
um corrupio nas docas,
onde vão os meus amores?
É o mercado da Ribeira,
com o cacau da madrugada,
são peixeiras, são varinas
de gargantas afinadas…
são marujos, são doutores,
são madames, são moçoilas,
novos pregões de crioilas,
onde param os meus amores?
São eléctricos, são casas
pombalinas e austeras,
de craveiros nas janelas,
miram o Tejo por elas,
eu não posso visitá-las,
onde moram os meus amores?
São calçadas, são vielas,
são barzinhos de portadas
com luzinhas de mil cores
com «gorilas» nas cancelas
eu não posso entrar por elas,
onde se amam os meus amores?
José Alves Ribeiro.
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